domingo, 29 de janeiro de 2012

O que é importante?

Hoje estava assistindo a um filme antigo com Patrick Swayze (Dirty Dancing) e meu marido comentou que ele já havia morrido. Recordamos que além de ator, ele também era dançarino, músico e vaqueiro. Isso era o que mais amava: sua fazenda, lidar com gado, plantação e ver a natureza a sua volta.
Logo após sua morte, sua esposa afirmou que naquela fazenda eles eram realmente felizes porque nenhum problema no mundo parecia grande suficiente diante da beleza de viver ali.
Fico pensando o que realmente é importante para cada um de nós...
Tive uma professora que morreu de uma fortíssima crise alérgica porque recusavasse a eliminar a biblioteca entupida de livros que tinha em seu próprio quarto. Os livros eram sua vida e consequentemente sua morte.
Três de meus ex-namorados já morreram. Um deles abandonou uma garota grávida dizendo que preferia morrer a ver seu filho nascer. Anos mais tarde, já casado aos 27 anos e a espera de seu primeiro filho, teve uma doença desconhecida e morreu, sem jamais ver o rostinho do primogênito.
O outro que costumava bater na esposa por ciúmes, descobriu aos 26 anos que tinha uma doença cerebral degenerativa que o fez gradualmente definhar enquanto sua esposa fugia de seu controle opressor, arrumava um namorado e refazia a vida. Tudo diante de seus olhos atônitos e corpo incapaz.
O terceiro dizia que nunca se casaria porque a morte estava sempre próxima para um policial. Um mês depois ele foi morto por uma quadrilha especializada em roubo de cargas valiosas.
Diante da morte nossas picuinhas tornam-se ridículas. Eu vejo a vida hoje com muito mais sobriedade do que via aos 20 anos, talvez porque a idade me aproxime mais da morte e esta por sua vez me faça isolar pessoas mesquinhas, aproveitadoras, mentirosas, as sem caráter, as sem noção de suas culpas ou que buscam somente benefício próprio (mesmo que prejudiquem outros desonestamente).
Nossa perspectiva torna-se muito diferente quando se é mais velho e honesto. Apenas os ignorantes continuam pensando da mesma forma ano após ano.
As pessoas sempre me disseram que eu era muito inteligente, mas olhando para trás, vejo que burra eu era aos 20 anos e o quanto ainda tenho a aprender aos 43. Eu, graças a Deus, sempre tive uma noção muito clara do que era justo e honesto, mas confesso que a pouca idade às vezes me fazia defender amigos, cujo princípio era apenas o de tirar proveito de situações. Aceitar para ser aceito.
Por que as pessoas acham que é correto cruzar sinais vermelhos ou costurar ao volante se estão com pressa? Por que acreditam que seus patrões devem burlar leis para dar-lhes mais dinheiro prejudicando a empresa? Por que os pais não ensinam mais aos filhos que aproveitar-se dos outros é feio? Por que a maioria das pessoas, mesmo sabendo que algo é desonesto, cala-se apenas para conservar o amigo? Vale a pena ter um amigo que desconhece o certo e o errado?
Isso costumava fazer meu pavio curto flamejar intensamente, mas ultimamente, ao invés de comprar briga, eu apenas tento fazê-las enxergar a verdade para que possam melhorar. Se não conseguem ou não querem ver isso, eu me afasto e rezo para que alguns anos de vida façam-nas entender e respeitar o mundo. Todas as pessoas têm espinhos: os mais experientes aprendem a conviver com eles, os mais novos... bem, esses não conseguem viver nem mesmo com os seus próprios.
Tenham uma excelente semana porque a minha já começou super bem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário